quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Os Eleitos


Recentemente, fomos todos as urnas para votar ou, melhor, eleger os candidatos que nos representarão na Câmara, no Congresso e no Palácio do Planalto.
Em época de eleições, muitos usam o púlpito para fazer dele um palanque, até mesmo usando como justificativa, apoiar os candidatos da já não menos famosa “bancada evangélica”.
No passado, como já vimos, a história nos mostra que o primeiro grande desvio da doutrina da igreja primitiva, deu-se exatamente quando esta se uniu ao Estado, fugindo a partir daí do seu verdadeiro propósito ministerial e tornando-se essencialmente política. (História Contemporânea da Igreja-Parte II – Dezembro/2005).
 A “apostasia da igreja” como ficou conhecida, também é tema de destaque no livro de Apocalipse, como sabemos, apesar de controverso, suscitando muita polêmica assim como o próprio livro, até mesmo entre os estudiosos da Bíblia.
Alguns acreditam que o capítulo 18, tratando da “queda da Babilônia”, pode representar não somente o fim do Império Romano, mas o do seu sucessor ou o de qualquer outro poder que corrompa a fé na sã doutrina, desviando os povos das leis de Deus. At.5:29
Por que deveríamos fazer claramente essa distinção?
Porque muitos políticos, mesmo quando representando classes religiosas buscam tão somente o reconhecimento humano, esquecendo-se do reconhecimento divino.
Quando Deus constituiu o seu reino também “elegeu-nos sacerdotes”, não para um mandato de apenas quatro anos, mas, eterno...  Ap.1:6 e 5:10 e 20:6.
João, que teve essa revelação no Apocalipse, ainda fala no seu evangelho, que foi Deus mesmo quem nos “elegeu”, assim como Pedro confirma na sua epístola que somos uma “raça eleita”.  Jo.15:16   I Pe.2:9.
Podemos até mesmo fazer um paralelo interessante entre essas duas eleições sem, entretanto, confundi-las.   Jo.18:36
Jesus mesmo deixou isto mais uma vez muito claro quando disse: -Dai, pois,  a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus!...   Mt.22:21
Paulo, na sua epístola aos efésios (1:4,5), ainda usa o termo “predestinados” quando refere-se aos “eleitos”, e suscita muita discussão entre aqueles que não entendem como um Deus justo pode escolher previamente alguns para serem salvos, em detrimento dos demais.  Rm.8:29,30
Trata-se, entretanto, de uma má interpretação desta e de outras passagens, quando vistas isoladamente ou, ainda, fora do seu contexto.
Essas passagens nos provam simplesmente a onisciência de Deus que pré-estabeleceu, com seu “plano redentor”, o resgate daqueles que o obedecem guardando os seus mandamentos.  Jo.14:21 e 15:10     I Jo.2:3,4
A igreja, como um todo, é que está predestinada a ser salva, e não cada indivíduo que tem da parte de Deus o livre arbítrio da escolha, querendo ou não fazer parte desta Igreja.  Jo.17   I Co.1:21   Cl.1:13-23   I Tm.2:3,4  Hb.12:23,28
Jesus intermedia e nos mostra como é possível reconciliar-se com Deus, mesmo depois de tê-lo ofendido através do pecado.   Mt.19:25,26  Jo.14:6,21  Rm.3:10,23,24  e  4:7,8   Ef.2:13-22  Hb.1:1-4 e 5:5-10
Depois de elegermos nossos candidatos, voltando ao mundo político, normalmente somos rigorosos para exigir deles que cumpram com as suas promessas de campanha.
Quando não cumprem, passamos a criticá-los e até mesmo a condená-los por terem nos enganado e frustrado nossas expectativas.
E estamos certos ao fazê-lo, afinal não foi para isso que os escolhemos, quando depositamos em cada um deles a nossa confiança e esperança.
Não devemos esquecer, entretanto, que é o mesmo que Deus espera de cada um de nós quando nos elege.
Nestas mesmas passagens que citamos, você deve ter notado que também fomos eleitos com atribuições a cumprir, entre outras: -...a fim de produzir frutos para o reino...   Jo.15:16   -...a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz...  I Pe.2:9
Concluímos que, como no mundo político, é no cumprimento destas atribuições que nós vemos a diferença, ou seja, o que distingue um candidato de outro.  Mt.7:21  Tg.1:22 e 4:17  Tt.1:16  II Pe.1:10
Agora que tipo de candidato você é, diante do eleitor que é nem mais nem menos do que o próprio Deus?...
Como vimos, cuidado para que o seu mandato também não acabe em “IMPEACHMENT”.

Ênio Monteiro

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